Jovem tenta atendimento para boneca reborn na UPA de Guanambi.
- Rádio Cultura

- 20 de mai.
- 2 min de leitura
Uma jovem de 25 anos tentou atendimento médico para uma boneca reborn — réplica hiper-realista de um bebê — na Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) do município na noite deste domingo (18).

Foto: Reprodução.
O caso aconteceu por volta das 23h, quando a jovem chegou ao local em um carro de aplicativo. Com o "bebê" nos braços, ela foi inicialmente confundida por outros pacientes com uma mãe em busca de socorro médico. No entanto, uma senhora que havia acabado de ser atendida desconfiou da situação e percebeu que se tratava de uma boneca, ao se aproximar e levantar o pano que cobria o rosto do “bebê”.
“Era uma criança bem realista, só percebi que era uma boneca quando vi de perto. Eu conheço a família dela, e sei que ela passa por um quadro de depressão. Ela saiu de casa sem ninguém saber”, relatou a testemunha.
Com receio de causar constrangimentos maiores, a senhora e outro paciente aconselharam a jovem e o motorista de aplicativo a retornarem para casa. Segundo o condutor, durante o trajeto até a UPA, a passageira demonstrava grande aflição, acreditando que a boneca estava com dores. “Ela pediu para eu correr com o carro, dizendo que era caso de urgência. Depois, quando voltamos e chegamos à casa dela, os pais e o irmão já estavam na porta, nos explicaram com calma tudo que estava acontecendo”, contou.
Conforme os familiares, a jovem adquiriu a boneca há cerca de um mês pela internet, pagando R$ 2.800, e desde então passou a cuidar do objeto com dedicação intensa, como se fosse um bebê real. Ela está em acompanhamento psiquiátrico, e a família segue buscando apoio médico especializado para lidar com o quadro.
A direção da UPA de Guanambi informou que, apesar de não ter ocorrido atendimento formal, a situação foi registrada internamente. A unidade, que atende cerca de 200 pessoas por dia, segue atenta a casos que envolvam demandas de saúde mental.
O caso reacende o debate sobre a importância da ampliação de políticas públicas voltadas à saúde emocional e ao acompanhamento de pessoas em situação de vulnerabilidade psicológica.











